quinta-feira, 18 de novembro de 2010

DEPRESSÃO É COMO CHIFRE...

"The real voyage of discovery consists not in seeking new landscapes but in having new eyes."



-- Marcel Proust




Indo na esteira da atual “fama” do distúrbio depressivo, já chamado de “a doença do século” e tida por especialistas como o mal que mais atingirá as pessoas nestes tempos, muitos estudos estão em andamento.

Dos últimos que tive notícia, um diz que sentir-se pra baixo causa dor, outro diz que a TV ligada à noite pode causar depressão...

Não li os estudos originais completos, mas os artigos sobre eles me deram a sensação de que os estudiosos ainda se debatem sobre, utilizando um exemplo clássico, quem nasce primeiro, o ovo ou a galinha.

Dizer que isso ou aquilo, isoladamente, pode causar depressão é um reducionismo pra lá de exagerado. O que é real, de fato, é que a depressão, parafraseando a brincadeira, é coisa da sua cabeça.

OK, é verdade que o mundo é uma merda, as pessoas que nos cercam em geral são idiotas e, de fato, não há luz no fim do túnel - no final, não importa o que faças, vais virar almoço de vermes no cemitério.

Mas isso, voltando à frase, é coisa da sua (e da minha também) cabeça. O mundo e a vida NUNCA foram lindos, idéia que tanto se esforçam a nos vender. Há momentos bons (poucos, admito) e momentos ruins (muitos, sem dúvida). Só isso.

Lembre-se de que fomos expulsos do Paraíso, ou seja, estar aqui é um castigo mesmo...

O que precisamos é, como diz a frase atribuída a Proust, olhar com outros olhos. Mas não, por favor, não vá arrancar os seus.

Talvez sim, sintamos mais dor que as pessoas “normais” pois deprimidos estão 1.000% voltados a si mesmos. A conseqüência natural é perceber de maneira amplificada tudo o que nos acomete, principalmente as coisas negativas, desagradáveis, como emoções, lembranças, críticas, e-mails com ppts com lições de vida e... dores.

Se alguém aqui se lembrar de um momento em que esteve alegre, eufórico (ou num episódio maníaco) lembrará, possivelmente, que estava “distraído de si” e mesmo que estivesse com um machucado, mal o percebia, não é mesmo?

Pronto, matei com um parágrafo o estudo dos pesquisadores, que com certeza receberam uma grana legal para descobrir o óbvio.

Será que é nisso que eles estão trabalhando: uma fórmula para nos fazer “ver de outro jeito”?

6 comentários:

  1. Que negativismo, OMG! ver a vida como um castigo sem fim não deve ser incluido no que esses tais pesquisadores descobrirem como cura para os depimidos... É verdade isso, nos concentramos demais nos nossos pequenos problemas, mas se dar conta disso não é lá muito promissos, neh? Não se se é de interesse real descobrir cura pra depressão, talvez o remédio dê lucro, mas na real ninguém está preocupado com o bem-estar emocional de ninguém. Digo que tudo começa por nós mesmos. É clichê, mas é verdade... Tente parar com esse negativismo exacerbado. A vida não é mais ruim do que boa, é no máximo meio a meio.

    ResponderExcluir
  2. Olá Clara. Obrigado pelo seu comentário. Bem, concordo com você sobre eu ter um negativismo meio exagerado mas, veja bem, o nome do blog é...?...rs... rs...

    ResponderExcluir
  3. Oi tHe HeAdSHakEr.

    Dizem tambem que ter um animal em casa faz com que o(a) deprimido(a) tenha mais ânimo, mas não tenho a certeza absoluta disso, porque cada caso é um caso.

    Os(as) deprimidos(as)(eu sou um deles) me parecem que tem um sétimo sentido, algo a mais que o resto das pessoas não tem, uma sensibilidade muito aguçada, você tem razão.

    ResponderExcluir
  4. Aqui quem fala é uma deprimida crônica, com alguns lapsos de mania. Enfim, a depressão no meu caso foi causada pela pressão no trabalho, nas horas de trânsito que enfrentava todos os dias, nas conduções lotadas. Mas princialmente na expectativa que todos, e até eu mesma, tinham de mim, e quando fui para "o mundo real", frutrei-me, pois percebi que a sobrevivência é uma selva e que não adianta o quão bom vc é, o que importa são algumas características que não tenho para o mercado - a confiança plena em si, a lábia, a ganância e o politicismo. Pulei de empresa a empresa e sempre me entrechoquei com os mesmos problemas. Fui ficando cada dia mais desolada, com pena do resto do mundo que está inserido nessa maluquice e pena daqueles que sequer um dia terão a oportunidade decompetir... enfim, eu me acovardei e recuei, agora passo meu tempo pensando em que fazer para poder sobreviver. é isso.

    ResponderExcluir
  5. Faby,
    acho que vc nem precisa dessas palavras, mas aí vão: vc não está só. O que vc escreveu sobre si poderia ter escrito sobre mim. Minha trajetória foi idêntica, acrescentando apenas (e ainda mais essa) que eu era um peixe fora d'água (um publicitário em meio a técnicos, economistas, matemáticos...).

    ResponderExcluir
  6. Olá Superman.
    Acredtido que ter um aimal dentro de casa ajude, sim. Não fosse isso, acho que eu não estaria escrevendo hoje... A "troca afetiva" com eles é intensa e verdadeira, sem cobranças.
    E, no meu caso, tenho CINCO, duas cachorras e três gatas (só fêmeas em casa... Freud explica...).

    ResponderExcluir