Em artigo no Estadão de hoje, Arnaldo Jabor toca num tema velho conhecido nosso: o da atual “obrigação” de ser feliz.
Dois parágrafos dele:
“Hoje, a felicidade é uma obrigação de mercado. Ser deprimido não é mais "comercial". A infelicidade de hoje é dissimulada pela alegria obrigatória. É impossível ser feliz como nos anúncios de margarina, é impossível ser sexy como nos comerciais de cerveja. Esta "felicidade" infantil da mídia se dá num mundo cheio de tragédias sem solução, como uma "disneylândia" cercada de homens-bomba.
A felicidade hoje é "não" ver. Felicidade é uma lista de negações. Não ter câncer, não ler jornal, não sofrer pelas desgraças, não olhar os meninos malabaristas no sinal, não ter coração. O mundo está tão sujo e terrível que a proposta que se esconde sob a ideia de felicidade é ser um clone de si mesmo, um androide sem sentimentos”.
Acho que o Jabor andou lendo Maria Rita Kehl...
Artigo completo no Estadão:
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100803/not_imp589550,0.php