sábado, 8 de maio de 2010

... SOU MAX



- Eu não sou rei, nem viking, nem nada.
- Mas o que você é então?
- ... ... ... Sou Max.
- Bem, não é grande coisa, não é mesmo?

O garoto Max conversa com seu monstruoso alter ego Carol em Onde Vivem os Monstros.

Passar por um momento de auto descoberta não é coisa somente para infância e adolescência. Pode ser muito revelador – e muito doloroso também – já na idade adulta.

Não sei ao certo se o processo depressivo pelo que passei tem a ver com isso, ou se passei por isso durante o episódio depressivo. Sei lá. Não lembro se estava na descida ou na subida, mas me recordo claramente de estar diante de mim mesmo por diversas vezes num diálogo muito semelhante ao de Max e Carol.

Vi, a certa altura, que eu não era quem imaginava ser ou quem havia planejado ser. Não era “...nem rei, nem viking, nem nada”. Eu era apenas eu mesmo.

Pode parecer ridículo, mas para mim foi um choque de realidade. Foi como se todo o cenário duramente construído ao longo dos anos simplesmente desmoronasse e, de repente, percebesse que na realidade recém percebida as personas cultivadas não mais se encaixassem.
Foi como ficar nu diante de mim mesmo pela primeira vez vendo que não me parecia com o que imaginava. Nem de longe.

O filme citado lá em cima vale a pena. Não se engane: apesar de protagonizado por um garoto e cheio de monstros na tela, não é um filme para crianças. Aliás, grande parte dos adultos também não entenderá bulhufas. Deprimidos compreenderão, tenho certeza.

O garoto Max passa por uma fase de mudanças e revoluções internas, psicoemocionais e, meio que por acidente, acaba fazendo uma viagem interior – para uma ilha onde só aconteceria aquilo que desejasse - na qual convive e confronta as facetas de sua personalidade.

Preste atenção em quem o garoto se liga de imediato, a necessidade de construir um “forte” inexpugnável para viver com “seus amigos” monstros, os diversos diálogos com seus alter egos e, no final...

Bem, está em DVD. Aproveite.



Um comentário:

  1. ja senti esse tipo de coisa só que um pouco diferente,me vi dentro de algo enorme,imensamente grande e vazio quanto mais eu observava maior ficava e me trazia cada vez mais angustia.hoje sei que é como me sinto por dento.

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