Minha mais forte recordação dela somos nós dois, em plena tarde de sol, sentados no sofá da sala, ela fazendo tricô (ou aquilo era crochê, nunca sei) e eu comendo biscoitos.
Volta e meia, olhando sobre os óculos, ela dava uma espiadela na TV em preto e branco em que eu assistia aos desenhos do Pernalonga.
Gordinho, às vezes eu “matava” um pacote de bolacha ou salgadinho e ela me dava dinheiro pra ir correndo durante o intervalo comprar outro na venda da esquina.
Enquanto minha mãe, professora de primário, trabalhava meio período – que era quase que o dia inteiro pois gastava horas de ônibus entre o Ipiranga e São Caetano – ela que tomava conta de mim.
Nos raros momentos de sarcasmo, gostava de lembrar à família toda cenas de quando eu era bem pequeno, coisas envolvendo nariz escorrendo, fraldas cheias, medos... Não era por mal, claro, era só pra rirmos um pouco.
Minha avó paterna, a Dona Rosa, 93 anos, faleceu hoje.
Amigo,
ResponderExcluirFaço minha a dor que você e sua família sentem por essa terrível perda. Ainda tenho minha avó materna viva, com 91 anos e bem lúcida, mas fisicamente cada vez mais limitada. Evito muito pensar a respeito do dia que terei que passar pelo que você passou e tentar aproveitar ao máximo a presença dela.
Minha avó materna foi fundamental na formação do meu caráter, já que morei com ela por muito tempo desde a infância até o dia em que me casei. Cara, foi difícil cortar esse cordão no início.
Receba um forte abraço de minha parte; o mesmo para os seus familiares.
Ian Gedik